Inauguração do Centro de Ciências e Saberes Karapãna, Aldeia Yupirungá (Tarumã-Açu / Manaus)


Por em 26 de agosto de 2020



No dia 26 de outubro de 2019, foi realizado na Aldeia Yupirungá, rua Cojubins, nº160, Tarumã-Açu, Manaus, a inauguração do Museu Vivo Centro de Ciências e Saberes Karapãna. O museu vivo, enquanto CCS demonstra um lugar social da concentração da memória coletiva, uma vez que componentes identitários da vida social dos povos Karapãna ficam visível a partir dos artefatos em exibição no Centro, tornando-se um elemento de agregação e reconhecimento de lutas pelos direitos territoriais.

A liderança Maria Alice Karapãna a frente da organização do evento destacou o significado dessa conquista para o seu povo:

“A importância não é só material, mas também espiritual, familiar, de conhecimento, do que a gente traz ao longo dos anos através do meu pai, e que agora foi passado para nós, para as crianças, nossos filhos e netos. O CCS tem um valor muito maior que o dinheiro, ele tem valor histórico, de luta, identidade, de força, de resistência, de carinho, de afeto, de solidariedade e de partilha com todos. O museu vivo Karapãna traz muitos significados, a gente não consegue só em palavra exprimir tudo, é muito mais do que isso.”

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Estiveram presente na cerimônia de inauguração indígenas residentes no Parque das Tribos, no Rio Cuieiras, na Aldeia Nova Esperança do Brasileirinho, Aldeia Santa Maria do Rio Tarumã-Açu, das etnias Baré, Tariano, Kokama, Munduruku, Karapãna, além das lideranças Maria Amélia da Federação das Organizações Quilombolas do Município de Barreirinha (FOQMB); Mário Karisú; Alcinéia Baré; Dirci Anita Karapãna (Cuieiras); o presidente da Associação dos Índios Kokama Residentes no Município de Manaus Sr. Cesár (AKIM), a Cacique da Aldeia Nova Esperança Maria do Socorro Kokama, a professora da Escola Indígena Kokama Janderline Santos, a professora da Escola Indígena do Parque das Tribos Claudia Baré, Joilson Karapãna liderança do Parque das Tribos, Marilda Karapãna liderança da Aldeia Santa Tereza, o Cacique Astério Martins representando a Associação da União dos Povos Indígenas do Livramento dos Rios Tarumã-Mirim e Tarumã-Açu (UPILLTA) e a Associação Indígena Yakamim Ruka (AIARU).

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Também estiveram presentes representantes do Ministério Público Federal (MPF/AM) na figura do antropólogo Pedro Moutinho e da Assessora Isabela Sales; Matheus Antunes da Procuradoria Federal Especializada junto Fundação Nacional do Índio (PFE/FUNAI/AM); Messi Vasconcelos da Defensoria Pública do Amazonas (DPE/AM); Daniel Viegas da Procuradoria Geral do Estado (PGE/AM); o professor Glademir dos Santos da Secretaria Municipal de Educação (SEMED/AM); o professor Alvatir Carolino do Instituto Federal do Amazonas (IFAM/CMZL); o professor Alfredo Wagner coordenador do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia (PNCSA), estudantes do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS/UFAM), Ciências Ambientais e Sustentabilidade da Amazônia (PPGCASA/UFAM), Geografia (PPGEOG/UFAM), além de convidados e pesquisadores do PNCSA, Luis Augusto, Pedro Mariosa, Rosiane Pereira, Mônica Cortêz, Eriki Aleixo, Aniceto Cantanhede, Micael Pimentel e Murana Arenillas.

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O Professor Alfredo Wagner, acima na foto, sublinhou a relevância dos museus vivos no processo de lutas por direitos identitários e territoriais na Amazônia. Destacou a apropriação de uma nova forma da categoria de museu enquanto elemento de afirmação dos povos indígenas. Fez ênfase ao material produzido por esses povos, o catálogo exibido em mãos, e o esforço do povo Karapãna na elaboração, organização, classificação e montagem de todo o processo para a inauguração do CCS Karapãna.

 



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