Lançamento do Livro Miração


Por em 23 de janeiro de 2020



No dia 17 de janeiro de 2020 ocorreu, no Centro de Criatividade Odylo Costa filho, galeria Veldelino Cécio, Praia Grande, São Luís, o lançamento do livro Miração, de autoria da antropóloga e poeta Cynthia Carvalho Martins.

O livro “Miração” reúne 41 poemas, um texto da autora, um prefácio e um posfácio, escritos respectivamente pela jornalista e professora da Universidade Federal do Maranhão, Jane Maciel e pela escritora, poeta e professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Camila do Valle. No texto relativo ao livro a autora discorre sobre a dimensão política da poesia e da linguagem. Ela considera que a poesia, mesmo com as suas transgressões, possui limites, relacionados à dependência a uma forma escrita; a exclusão de distintas linguagens e à associação da poesia ao meramente ficcional e espontâneo. Nesse sentido, para ela a poesia é ruptura. Associa-se a uma construção que envolve uma valorização dos saberes, um desatrelamento da linguagem considerada legítima e uma postura reflexiva. Os limites entre o “real” e “ficcional” são repensados; a percepção é considerada uma construção.

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O lançamento esteve coadunado com a proposta do livro pois contou com uma diversidade de formas de expressão, marcadas pela valorização da dimensão coletiva. O ritual de abertura se deu em meio a cânticos xamânicos acompanhados de maracás e tambores, conduzido por Urias de Oliveira e acompanhados por Daty Bezerra, Emanoel Balata e Jeham Michel. Os poemas foram declamados no âmbito da própria cerimônia xamânica. Na sequência o bailarino Hélio Martins recitou outros poemas e o músico Zé Maria Medeiros cantou e tocou músicas de sua autoria. Integrantes da Fraternidade Colibri cantaram e tocaram maracá.

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Assim se expressa a poeta sobre essa venda:

“Fiquei surpresa com a venda, considerando a crise que estamos vivendo e o caráter improvisado do lançamento. Quando falo improvisado destaco o seguinte: não recebi qualquer incentivo privado ou governamental para realizar o evento, nem para publicação do livro e não tinha noção exata de quais convidados estariam presentes. Então não tinha como montar previamente as apresentações, as coisas foram acontecendo. Não fiquei sentada dando autógrafos, estava de alguma maneira coordenando o palco, a cozinha, recebendo os convidados, participando de alguns rituais, enfim, ninguém tinha uma atuação pré-definida e nada foi programado. Ninguém recebeu pagamento pelo evento, contei com o acionamento de uma coletividade. As fotografias foram feitas por Isadora Pinheiro que não recebeu nada; os artistas foram como voluntários. Mas foi legal e em nenhum momento me senti dividida, tudo fluiu bem. Mas o que quero dizer é que as vendas tiveram relação com a divulgação, que foi boa, via o site Agenda Maranhão, e porque os que estavam presentes estavam inseridos em uma dimensão coletiva e sempre levavam outras pessoas. Aliás, essa dimensão coletiva tem uma força. Por esse motivo hoje temos um investimento político de destruição dos coletivos. É contra o coletivo que a visão individualista do mercado investe. Talvez as vendas, por incrível que pareça, tenham a ver com esse coletivo. Sim, porque hoje as pessoas estão querendo comprar livros sem financiamento de empresas, produzidos com autonomia. Nós, como escritores não podemos atrelar nosso trabalho a empresas que destroem vidas. Esse filantropismo tóxico, na concepção do antropólogo Alfredo Wagner, deve ser combatido. É essa autonomia que gera o diferencial em tempos de luta. Meu livro vendeu bem justamente porque está desatrelado de qualquer institucionalidade”.

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Site para aquisição do livro:

http://www.estantevirtual.com.br/livros/cynthia-carvalho-martins/miração

 



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