Defesa de Dissertação (Joana Emmerick Seabra)


Por em 28 de novembro de 2019



Banca de Defesa

Joana Emmerick Seabra

 

No dia 29 de novembro de 2019, às 8hs da manhã, na Sala de aula 2 do PPGCSPA/UEMA ocorreu a Defesa de Dissertação de Mestrado da aluna Joana Emmerick Seabra, intitulada “ANTAGONISMOS ENTRE TERRITORIALIDADES NA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS: ÁGUAS, PALMEIRAS-MÃE E OS CAMINHOS DE RESISTÊNCIA DE UMA COMUNIDADE À COBRA DE FERRO NA BAIXADA MARANHENSE.” O Trabalho totalizou 221 páginas, trazendo ricos apontamentos sobre a temática em questão e apresentando como palavras-chave os termos Megaprojetos, Conflito, Territorialidades, Ecologia e Resistência.

Entre os membros da Banca Examinadora estão:

JURANDIR SANTOS DE NOVAES (Presidente)
EMMANUEL DE ALMEIDA FARIAS JUNIOR (Membro interno)
ROSA ELIZABETH ACEVEDO MARIN (Membro interno)
CINDIA BRUSTOLIN – UFMA (Membro externo)

Abaixo é possível visualizar o Resmuno do Trabalho Dissertativo:

RESUMO

Nesta dissertação reflito sobre os efeitos de megaprojetos de desenvolvimento desde os pontos de vista e narrativas de campesinos, povos e comunidades tradicionais imbricados nestas situações de conflito, mas que, não raro, são negados nestas imposições. Compreendendo estes conflitos como expressão de antagonismos entre territorialidades, focalizo a atenção nos embates ao redor da atuação do Estado e das estratégias corporativas da Vale S.A. na Estrada de Ferro Carajás (EFC). A problematização refere-se aos seus efeitos nas disputas dos territórios específicos, priorizando, neste sentido, os pontos de vista e narrativas da comunidade de Mutum II, Arari, Baixada Maranhense. O trabalho de campo envolveu análise e pesquisa etnográfica de documentos e relatórios públicos, em audiências públicas, reuniões, andanças e escuta das narrativas cartográficas e da memória coletiva na comunidade. A situação conjuntural da pesquisa, de embates pela antecipação da renovação contratual da Vale S.A. sobre a EFC em mais trinta anos, revelou a prevalência de uma luta de classificações (BORDIEU, 1989) e ameaça de “apagar do mapa” corpos e territórios não brancos. A partir da situação social em Mutum II, concluo como as estratégias corporativas da Vale desdobram-se em práticas de securitização do conflito social, mediante distintos modos de criminalização, vigilância e controle social, contrapostas à ambientalização do discurso empresarial que pressiona à reconfiguração de territórios e corpos políticos, dos modos próprios da comunidade de viver, se organizar e pensar a ecologia. Portanto, como contrapostos à violência sistemática vivenciada e às ameaças de extermínio, águas, mãe terra e Palmeiras-mães revelam caminhos de luta e resistência à cobra de ferro.



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